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Roberto Caracas
roberto caracas g
É verdade que o eucalipto desidrata o solo?
Isso é um mito. O que existem são algumas plantas que consomem muito a água presente no solo (na realidade não é água, mas uma solução). Há, porém, uma periodicidade disso. Por exemplo, o angico-árvore nativa brasileira- consome mais água que o eucalipto. O eucalipto seca o solo porque a absorção de água no verão, mais úmido, é muito alta. O angico, por sua vez, estressa o solo no inverno. Apesar do grande consumo, não se chega ao ponto de secar o solo. Este se esgota pela energia dispendida no crescimento da árvore.
E os índios mudavam as tribos de lugar devido ao esgotamento do solo?
Imaginando o meio, você tem o bicho e a árvore. O bicho come o fruto, defecando a semente. Então, começa a haver uma dispersão de árvores, dependendo do fruto consumido. Quando você começa a exaurir o animal, não há dispersão de fruto pela floresta. Logicamente, ela vai ficar estagnada naquele ponto. O nomadismo do índio existe mais em função da caça do que de um "esgotamento" do solo. Esgotando-se a caça, esgota-se também a transferência de sementes de um lado para o outro e, consequentemente, o desenvolvimento arbóreo da região. Inicia-se então uma "desertificação", gerando a mudança do local das tribos indígenas.
É verdade que a palmeira não é nativa do Brasil? E o coqueiro?
A palmeira imperial? Não, não é. Dom João VI a trouxe para cá. Ela provém das Antilhas, mas existe a palmeira nativa do Brasil que as pessoas chamam de jerivá. O coqueiro provavelmente sim, pois existe em toda a orla.
Qual a diferença entre palmito e pupunha?
O palmito em si, chamado de jussara pelas pessoas, só dá um tronco. A pupunha, disseminada pela Amazônia, rebrota e dá vários troncos. Ela é mais interessante comercialmente, mas o sabor é diferente. O palmito não é tão suave e macio, tem mais fibras.
Que árvore seria interessante para ajudar no combate à poluição?
Isso é meio controverso. Para buscar a poeira, você deve ter uma folha que possua pêlos, pois aumentam a área de absorção dela. Deve-se avaliar a periodicidade da poluição, ou seja, se é sazonal ou não, porque existem algumas folhas pilosas chamadas de caducifólias (que caem em determinada época do ano) e outras perenes. Nesse sentido, não há uma árvore específica estudada. O que existem são espécies mais apropriadas para esse tipo de coisa, como as de folhas pilosas, de superfície mais crespa e grandes para uma maior absorção.
O que é a erva de passarinho?
A erva de passarinho é uma planta como qualquer outra. É um fruto que ele come inteiro, a polpa com caroço e tudo. Quando o passarinho defeca, aquilo cai em algum lugar e, com pouca água, sujeira ou matéria orgânica morta, gruda, dominando completamente a árvore. A erva introduz nas folhas alguns "tentáculos", sugando toda a seiva e energia da árvore. É uma espécie de supertrepadeira.
A prefeitura pode fazer algo em relação às árvores que são velhas, não recebem manutenção etc?
As áreas arborizadas devem ser visitadas por competências regionais que realizem um controle efetivo. Existem árvores mais suscetíveis à degeneração. Hoje em dia, existe uma campanha de diminuição do tamanho das árvores através da substituição por aquelas de menor porte. Há também o problema de gerenciamento humano, porque a visão de um engenheiro florestal ou técnico agrícola faz-se indispensável para definir o equilíbrio até da própria copa da árvore. O controle de fato, quando implantado, funciona a longo prazo (20,30 anos).
E outros projetos?
Há uma política na Secretaria do Verde pela qual quando você retira qualquer árvore da sua casa, deve transplantá-la para algum lugar público e mandar um número x de mudas em função do tamanho da árvore retirada. Em São Paulo, a política de preservação está bem encaminhada; apenas necessita de alguns ajustes.
E curiosidades sobre as formas de preservação?
Na França, as árvores da Champs- Elisées têm chips implantados em seu interior e uma pessoa especializada possui a função de passear por Paris, fiscalizando a ocorrência de algum problema em qualquer dessas árvores, para comunicá-lo aos responsáveis pela reparação e preservação.
Como você descreveria o jardim ideal?
Qualquer jardim pode ser bonito, desde que tratado, isto é, se a pessoa tem a possibilidade de suportar uma manutenção adequada. Um jardim necessariamente não precisa ser simples nem muito rebuscado, mas pode ser complexo. Há que se fazer uma distinção entre o jardim como entorno da casa e landscapes- áreas grandes. Tudo o que é perto da casa permite à pessoa fazer uma coisa graciosa, um pouco mais trabalhosa, envolvendo uma grande diversidade de espécies. No caso de áreas maiores, na minha opinião, deve-se trabalhar com maciços, compostos por um número x de plantas (ipês, por exemplo), uma vez que estas vão ser vistas ao longe. Enquadram-se nesse modelo as árvores e os arbustos. O grande lance do paisagista, agrônomo e do engenheiro florestal é saber definir como as formas destes vegetais ficarão no futuro, pois elas só aparecem depois de 5, 6, 7, 8 anos.
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