Do ponto de vista administrativo, anteriormente todos os funcionários da Secretaria da Cultura eram contratados do Baneser – Banespa S.A. – Serviços Técnicos e Administrativos. Hoje, a Secretaria administra “Organizações Sociais” as “OS”, isto é, sociedades civis que trabalham em parceria com o governo mediante contrato de gestão. A Pinacoteca, por exemplo, é administrada por uma associação de amigos, a Associação de Amigos da Pinacoteca, que é uma sociedade independente e tem um contrato com a Secretaria pelo qual nós lhe repassamos cerca de 10 milhões de reais por ano. O diretor da Pinacoteca não é, portanto, um funcionário do governo, mas dessa sociedade civil. Se eu estiver descontente com a administração, tenho duas alternativas: convencer o conselho a mudá-la ou entregar o museu para outra sociedade civil que se qualifique.

Consegui trocar a administração, mas foi um trabalho dificílimo, diferente da Secretaria da Fazenda onde você pode mudar todas as cabeças automaticamente.

Veja o caso da Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. O nosso propósito era de que ela se tornasse mais pública, pois os concertos eram prioritariamente para assinantes. Aos domingos havia na sala concertos didáticos nos quais, entretanto, ela não se apresentava. Nós propusemos ao conselho que a orquestra oferecesse um concerto público por semana - público no sentido de serem praticamente gratuitos, dois reais, cinco reais por ingresso. Conseguimos naquele momento que a orquestra se apresentasse um domingo a cada mês, e que nos outros três se apresentassem orquestras de fora. Além disso, conseguimos que ela se apresentasse no Estado de São Paulo em lugar de se apresentar na Europa. Isso em 2008, mas não foi fácil.

Sim. Nosso objetivo é expor os jovens àquelas expressões artísticas que, se deixadas sem apoio desaparecem. A música erudita encaixa-se nessa categoria porque é cara, não é moda. A idéia é expor a Osesp a todos os públicos, é mostrar a música erudita a quem não a conhece.

Pedrinho, por exemplo, é um espetáculo da Fábricas de Cultura, que atua em bairros de alta vulnerabilidade juvenil. O projeto conta com teatros, várias oficinas e salas de aula para dança, música, artes plásticas e biblioteca.

São duas. Uma é a São Paulo Companhia de Dança e a construção do teatro, outra são as Fábricas de Cultura. Se eu realizar plenamente estes dois projetos estarei satisfeito.

Além dos projetos citados, diria que é importante consolidar o Prêmio São Paulo de Literatura, que premia com 200 mil reais o melhor romance.