A dor é consequência de um problema cerebral envolvendo uma substância química, um neurotransmissor chamado serotonina. Ela é uma espécie de analgésico interno natural fabricado pelo cérebro, que impede a pessoa de sentir dor. Quem tem esta substância em menor quantidade sente mais dor.

O lugar onde dói não indica um problema porque a dor da enxaqueca é uma dor inútil, isto é, ela não é um sintoma da doença, mas sim a própria doença. Então, acontece muitas vezes de a pessoa estar com dor em uma determinada região e, ao fazer um exame para identificar o que está errado, verifica que não tem problema algum.

A verdade é que a enxaqueca é uma doença crônica que pode ser desencadeada por vários fatores, dentre os quais os alimentos, principalmente os gordurosos e os que contêm nitritos. Os alimentos em si ou as substâncias nele contidas geram um fenômeno no cérebro que resulta em náuseas, vômitos, aversão à claridade, ao barulho, aos cheiros, irritabilidade e, é claro, a dor de cabeça. Esta última pode ocorrer em um ou nos dois lados da cabeça.

Quem tem enxaqueca toma o mesmo remédio da pessoa que tem depressão, pois o problema existente por trás das duas é o mesmo. A serotonina atua tanto em centros cerebrais relacionados à dor quanto ao humor. Melhorando a dor, melhora o humor da pessoa.

A presença dessa uma substância química no cérebro não deixa os estímulos chegarem no centro do cérebro que tem consciência da dor. Existem pontos no cérebro que servem apenas para senti-la. Quando um estímulo ultrapassa uma certa intensidade, ultrapassa também a barreira química formada pela serotonina, produzindo uma lesão que a pessoa manifesta sentindo dor.

A pessoa desenvolve um ciclo que tem uma duração variando de 3 horas até 3 dias de dor.

O melhor é usar o natural, ou seja, a pessoa melhorar a própria capacidade de produzir a substância. A medicina oferece um tratamento preventivo com drogas sintéticas que "imitam" a serotonina. O bom funcionamento dele está diretamente associado à capacidade do cérebro de ser "enganado" pelo medicamento.

O tratamento não consiste em apenas uma coisa, mas em um conjunto de fatores combinados. No início, a pessoa precisa dos remédios que imitam a serotonina. Somam-se a eles ações não medicamentosas, como mudança de hábitos alimentares, prática de exercícios e boas noites de sono. Acordar mais tarde do que o normal pode desencadear a enxaqueca. É importante também a pessoa trabalhar a mente, pois as reações de stress são um dos fatores que mais causam a enxaqueca.

A endorfina também é um analgésico interno liberado pela pessoa, capaz de proporcionar uma sensação de prazer. O exercício físico por exemplo, é ótimo para fazer o corpo produzir essa substância.

Dominical ou do fim de semana. Toda mudança de rotina, ainda que boa, pode causar enxaqueca. De repente, se você der muita risada, pode sentir dor de cabeça. Se uma pessoa trabalhar a semana inteira em um ritmo acelerado, levantando cedo, despertador tocando, jogando adrenalina no sistema, compromissos, prazos, e quando chega o sábado nada disso acontece, é possível que o organismo desenvolva uma crise.

Nas mulheres a incidência é bem maior devido à interferência hormonal, ou melhor, à presença de um desequilíbrio hormonal. Hoje em dia está mais fácil para a mulher ter um desequilíbrio pela existência de tantos hormônios nos alimentos, cosméticos e principalmente nas pílulas anticoncepcionais.

A cafeína é um estimulante do sistema nervoso. Se você sofre de enxaqueca e ela pode surgir devido ao stress, não parece uma boa idéia consumir algo que estimule o sistema nervoso, deixando-o mais suscetível, seja a cafeína ou algum similar dela. Porém, também acontece o contrário; pessoas que tomam café todos os dias podem sofrer de enxaqueca por abstinência da cafeína. Estes dependentes são acometidos por um quadro chamado de cafeinismo.

Tomar meio comprimido todo dia é pior do que tomar dois de uma vez em um dia de muita dor. O excesso de analgésicos inibe a fabricação da serotonina (analgésico interno). Progressivamente, você vai precisando de quantidades cada vez maiores de analgésicos externos para acabar com a dor, pois eles vão perdendo o efeito. Chega um momento em que você sente dor o tempo todo e está totalmente dependente de remédios.