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Heloisa Vidigal Guarita
entrevista heloisa
Uma pessoa pode controlar alguma doença apenas se baseando na alimentação?
Com certeza. As principais são as doenças do trato gastrointestinal, tais como úlcera, gastrite, diarréia, colite, diverticulite, enfim. São também muito comuns hoje em dia as alterações de colesterol e triglicérides, que podem ser amenizadas através de uma alimentação baixa em gordura e rica em fibras. Depois vem a diabetes, outra patologia diretamente relacionada com a alimentação, já que depende da absorção de carboidratos. Ainda há que se considerar a alimentação rica em alimentos antioxidantes, frutas, verduras e legumes, que serve para prevenir doenças como o câncer.
Existe alguma recomendação alimentar para os portadores de HIV?
O paciente HIV positivo apresenta uma perda de peso excessiva em virtude da reação aos medicamentos. Assim, a alimentação balanceada é muito importante para que ele possa manter seu balanço energético e evitar uma grande perda de peso. Também para que ele mantenha o sistema imunológico alto, porque este é justamente o problema mais grave para uma pessoa com AIDS.
Por que as crianças de hoje apresentam maiores problemas de obesidade?
A infância é o período de formação das células de gordura. Se a criança é estimulada com uma má alimentação e fica com um peso acima do normal, o organismo cria a necessidade de formar mais células adiposas, e certamente isso se torna um problema com o qual ela terá de lidar por toda a vida. Por isso é tão importante habituar a criança a se alimentar de maneira saudável. A proliferação de junk food, salgadinhos, balinhas, refrigerantes e o estímulo para que a criança consuma esses produtos são os grandes responsáveis por esse tipo de desequilíbrio.
Na sua opinião, isso também se aplica ao resto das pessoas? Porque o que se vê atualmente é um crescimento assombroso do número de obesos no mundo todo.
O estilo de vida, a praticidade de se ter tudo à mão são incomparáveis em relação a antigamente. As pessoas andam mais de carro, têm tudo mais prático e acessível, além de produtos industriais para resolver qualquer tipo de problema. Por tudo isso, somos levados a ser sedentários. Isso é um fator. Outro fator foi o aumento dos alimentos industrializados na vida cotidiana, que também acarretou o problema da obesidade. A obesidade já é uma questão de saúde pública, tanto nos altos quanto nos baixos níveis sociais. Esses dois fatores, conjuntamente, contribuem enormemente para o quadro que se tem hoje. No entanto, não se pode esquecer que há muitas pessoas preocupadas em manter um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação o mais natural possível. Isso, sim, deve ser estimulado.
O que ocorre quando uma pessoa fica em jejum?
O processo é o seguinte: utiliza-se primeiro toda a glicose do corpo, que é o carboidrato. Depois, tem início a degradação das proteínas e, posteriormente da gordura. Por isso é que, para fins de emagrecimento, não adianta fazer jejum.
Fala-se muito hoje em dia na ingestão de soja como alternativa à reposição hormonal. Isso procede?
O alimento não é apenas provedor de vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras para o organismo. Ele exerce muitas outras funções. A soja e seus derivados contêm isoflavonas, que ajudam a aumentar o teor de estrógeno-hormônio feminino- no corpo. Assim, a mulher em pré- menopausa, menopausa ou pós- menopausa que sofre uma diminuição de estrógeno pode, naturalmente, pela ingestão desse tipo de alimento, fazer as taxas do hormônio se elevarem sem precisar recorrer a medicamentos industrializados.
Então o hormônio industrializado é dispensável?
É claro que não dá para comparar uma cápsula de estrógeno com os alimentos, mas se a pessoa usar como prevenção durante muito tempo a ingestão diária desses alimentos ricos em isoflavonas, provavelmente ela nem terá necessidade de tomar esse tipo de medicamento. Há diversas maneiras de incluir a soja e seus derivados na alimentação; farinha de soja torrada, proteína de soja (PTS), são ótimas para substituir a carne vermelha. Os vegetarianos a utilizam para fazer hamburguer, estrogonofe, enfim, várias receitas.
Você não acha que, além do consumo de produtos industrializados e do sedentarismo, o estresse também é um fator que pode levar à obesidade?
O estresse é também uma consequência. Sedentarismo e estresse estão muito ligados. Se analisarmos fatores de risco como obesidade, fumo, estresse, hipertensão, álcool, podemos ver que são produto da modernidade. O homem foi feito para levar uma vida muito mais ativa fisicamente e menos estressante. É um absurdo alguém passar mais de nove horas por dia trabalhando! Alimentação é algo que ajuda muito a combater o estresse, assim como horários adequados, até para a pessoa poder cuidar de si mesma. As pessoas precisam parar para prestar mais atenção no próprio corpo, se olhar no espelho, fazer um trabalho de autoconhecimento. Esse desequilíbrio gera uma inversão de valores, e aí você se depara com aquelas pessoas que decidem fazer dietas milagrosas e oscilam sem parar, pois exigem resultados rápidos para tudo.
Como se distingue um produto light de um diet?
Até hoje, muitas indústrias utilizam essa nomenclatura de forma incorreta. Os produtos diet são aqueles que não têm adição de açúcar, destinados aos diabéticos. Ou são adoçados artificialmente ou não contêm nada. Os produtos light, pela legislação, são aqueles que sofrem uma redução em 30% do nutriente principal- gordura, mas existem também alguns produtos que são light por conterem menor quantidade de sal, ou melhor, sódio, na sua composição.
É verdade que a gordura é uma camada de proteção do corpo?
Sim. A gordura tem um papel muito importante de proteção em relação à temperatura. É o caso da baleia e do pinguim, que possuem uma pele bastante espessa e vivem em locais frios. Se observarmos nadadores de travessia ou mergulhadores, por exemplo, às vezes é mais importante deixar o percentual de gordura deles mais alto, para que consigam suportar baixas temperaturas. Lógico que não pode ser alto a ponto de atrapalhar a performance, mas a gordura desempenha um papel de isolante térmico que não pode ser desprezado. A cultura atual é que tende a colocá-la somente como vilã.
É verdade que todo o trabalho muscular é perdido se uma pessoa não tiver uma alimentação adequada?
Quando se faz uma atividade física, a maior parte da energia vem do músculo. Ele é formado por proteína e carboidrato. Para o músculo se desenvolver, é preciso estimulá-lo com exercícios e repor energia através do alimento. Se a pessoa não se alimentar adequadamente, o músculo se desgasta e diminui de tamanho, ao invés de crescer. Então, esse alimento é aproveitado como fonte de energia durante uma atividade física, e isso aumenta a capacidade de absorção de nutrientes do músculo, tornando-o mais forte e resistente.
O que se pode afirmar sobre a baixa ingestão de calorias?
É preciso tomar um pouco de cuidado com essas coisas de moda de emagrecimento. Existe uma preocupação enorme em emagrecer e, para isso, as pessoas consideram que não comer ou comer pouco é solução. Só que isso gera um estresse fisiológico enorme, e uma baixa ingestão de calorias prejudica o metabolismo, fazendo com que ele diminua. Um baixo metabolismo incorre em uma piora da qualidade de vida. Não acho que uma pessoa deva ingerir uma grande quantidade diária de calorias e gordura, mas sim controlar essa quantidade de calorias de acordo com suas necessidades orgânicas.
Então, qual a forma ideal de se alimentar?
É aquela onde a pessoa presta atenção nas respostas que o corpo dá, sempre. Se a pessoa toma consciência do real funcionamento do seu corpo, o resultado é muito mais legal, eficaz. Então, se ela tem uma atividade maior durante o dia, ela deve se alimentar melhor nesse período. Quando o corpo fica mais ativo, o gasto metabólico é maior. Por isso é tão importante a pessoa parar para se observar, se autoconhecer. Tudo flui melhor.
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